quinta-feira, 23 de outubro de 2008

"A arte fica feliz quando o outro só gosta"

(palavras de Bartolomeu Campos Queiroz na palestra da UFRJ).

Nossa, como é difícil “só” gostar e deixar que o outro “só goste” na escola...Tudo tem que ser medido, pesado, averiguado, cobrado...A gente, no papel de professor, cobra “pedágio”, nada pode ser gratuito, principalmente o prazer.
Pelos livros adotados em algumas escolas, parece que pensam: “bom, já que os alunos têm que ler mesmo, que sejam livros que ensinem (ops!) alguma coisa”. E dá-lhe livros pseudo-didáticos, pseudo-paradidáticos, pseudo-literários: a história de um menino que não gostava de escovar os dentes, ou a história de “1 menino que tinha 1 amigo que era < que ele” (parece brincadeira, mas não é não.)
Pobre de nós! Não temos muitas experiências transformadoras através do prazer, da experiência estética. Então, como permitir que o outro as tenha?
Alguém (quem souber o autor, escreva-me para que eu possa dar os créditos!) disse assim:

“Livros não mudam o mundo.
Quem muda o mundo são as pessoas.
Os livros só mudam as pessoas.”

Bartolomeu diz que as pessoas não se modificam pela leitura. Basta ver quantos livros de auto-ajuda existem e como o mundo está.
Precisamos é ler livros de “auto-inquietação”, “auto-empurrão”, “auto-susto”. Até aparecerem os tais fantasmas que o Bartolomeu falou...

Um comentário:

Sandra Ronca disse...

Si, tenho visto atribuída a Mario Quintana. Mas não sei se é isso mesmo. :)