terça-feira, 22 de junho de 2010

Na estréia da peça A princesa e a ervilha, aconteceu uma coisa mágica.

A peça atrasou, as pessoas começaram a ficar impacientes, e eu, preocupada: o que estará acontecendo?

Leandro vai ao palco e, de cabeça erguida, explica que o figurino não foi entregue a tempo. No começo, achei que era até brincadeira, alguma coisa que fazia parte do espetáculo. Depois vi que era sério.

- Em respeito ao público – disse ele- vamos fazer a peça. Será como um ensaio aberto.

E convidou as pessoas a voltarem outro dia. A peça começou. No comecinho (nos primeiros 5 segundos), foi estranho. Depois, esqueci. É, esqueci que o figurino não era aquele. Porque os atores fizeram aquela peça com uma dignidade tão grande, com uma força, uma energia que não sei explicar, que a roupa não importava mais.

Quem ousa dizer para uma criança que aquela toalha presa nas costas dela não é a capa do superhomem? Claro que é!

Gostei da estréia. Não acho que fez falta nenhuma o figurino. Mas isso sou eu, suspeitíssima, então fiquei quietinha no meu canto.

Mas resolvi escrever sobre isto porque outras pessoas falaram a mesma coisa. E não precisavam falar para agradar. Falaram porque pensaram, mesmo.

Quando acabou a peça, a rainha se adiantou no palco e disse:

- Isso é fazer teatro!

Lindo. Emocionante. Mais uma lição que ficou pra mim.

Naquela hora, estava todo mundo sentindo a ervilha debaixo do colchão!!!!!!

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